Açúcar e Câncer

Açúcar e Câncer

 

Existe relação entre o açúcar e câncer?

Todas células, cancerígenas ou não, utilizam a glicose como fonte de energia, ou seja, todas são “alimentadas” por este açúcar. A glicose é tão importante para o funcionamento do organismo que este tem uma série de estratégias para manter os níveis de açúcar no sangue (glicemia) normais.
açúcar e câncer
A glicose é um nutriente obtido a partir dos carboidratos encontrados em alimentos como doces, frutas, cereais, arroz, milho, farinha, macarrão, pão e em vegetais que contêm fécula como batata, mandioca ou inhame.
Além da origem alimentar, essa energia pode ser fornecida às células através da produção pelo próprio organismo, a partir da proteína, quando não se incluem hidratos de carbono na dieta.
Muitos doentes oncológicos evitam os carboidratos, pois pensam que o açúcar pode promover o crescimento das células cancerígenas. Essa atitude é contraproducente, quando se pretende a manutenção de um adequado estado nutricional e quando se está perante os efeitos secundários do cancer e dos tratamentos. A própria eliminação dos carboidratos da alimentação é geradora de stresse, o que proporciona a ativação de mecanismos que aumentam a produção de hormônios que podem elevar a glicemia e prejudicar a função imunitária.

Então por que existe esse boato?

A relação entre açúcar e cancer surge por via indireta. O consumo de grandes quantidades de alimentos ricos em açúcar pode significar uma dieta excessiva em calorias, favorecendo o aparecimento de excesso de peso/obesidade. É esse excesso de gordura que se relaciona com o aumento considerável do risco de diversos tipos de cancer.
Outro fator que pode ter contribuído, foram dados de estudos de dietas cetogênicas (dietas com menos de 20g de carboidrato por dia)  em casos de tumores cerebrais. Contudo, os estudos estão em andamento e ainda não há conclusões suficientes suscetíveis de considerar este tipo de dietas como adequadas em oncologia, até porque também apresentam desvantagens (sabor, aceitabilidade, possível perda de peso).
A alimentação do doente oncológico deve ser baseada nos princípios de uma alimentação saudável, ou seja, equilibrada, variada e completa. Além disso, a atividade física tem um importante papel na estabilização dos níveis de açúcar sanguíneos, devendo a sua prática e continuidade ser incentivada.

Glicose – Nossa fonte de energia!

Procurar na internet o termo “açúcar e câncer” nos leva a textos com frases como “açúcar alimenta o câncer”ou “açúcar principal comida do câncer”.
A idéia do açúcar ser o combustível das células cancerosas é uma maneira extremamente simplista de explicar uma biologia celular complexa.
Para começar temos que entender o que é realmente o açúcar.
O açúcar vem de diferentes formas. A forma molecular mais simples é a glicose e a frutose. Essas moléculas simples podem se juntar e formar as moléculas que chamamos de carboidratos. Os carboidratos são nossa principal fonte de energia.
A forma que conhecemos o açúcar, é formado por cristais de glicose e frutose. O açúcar branco que conhecemos e uma das formas mais simples dos carboidratos. Este açúcar é refinado, ou seja ele é processado de sua fonte natural. No refinamento, aditivos tornam o produto branco e delicioso. O lado ruim é que esse processo retira vitaminas e sais mineirais, deixando apenas as “calorias vazias” (sem nutrientes). Alimentos não processados também podem ser ricos em açúcar como o mel.
Os polisacarídeos são compostos que possuem varias cadeias de glicose unidos. Alimentos como arroz, macarrão, pão, vegetais como batata, podem não ser doce mais são ricos em açúcar. Estes são carboidratos mais complexos.
A glicose é o combustível essencial de todas as nossas células. Se bebemos ou comermos alimentos ricos em carboidratos simples como o açúcar este vira glicose cai no sangue e pode ser usado diretamente por todas as nossas células como fonte de energia. Porem se comermos carboidratos mais complexos como massa ou pão, as enzimas do nosso sistema digestivo irão quebrar esses alimentos em moléculas de glicose que irão ser absorvidas pelo sangue e usadas como fonte de energia de forma mais lenta que o açúcar.

E se pararmos de comer carboidrato?

Se não comermos carboidratos, o nosso organismo vai dar um jeito de quebrar gordura e proteína para formar glicose. Nossas células precisam de glicose para viver!

Açúcar e Câncer:

açúcar e cancer
As células do câncer podem se multiplicar mais rápido se usarmos uma grande quantidade de energia como açúcar?
As células do câncer para se multiplicarem elas precisam de muitos fatores além do açúcar  estímulos hormonais, aminoácidos, gorduras e oxigênio. Não é só de glicose que ela precisa.
O mito do açúcar e o câncer nasceu da hipótese de se cortarmos todo o açúcar da dieta as células do câncer parariam de crescer. Infelizmente não é tão simples. Todas as nossas células saudáveis, precisam de glicose também, e não existe maneira de dizermos ao nosso corpo de entregar apenas a glicose as células normais e não entregar as células do câncer.
Seguir dietas extremamente restritivas em carboidratos pode atrapalhar nossa saúde à longo prazo. Eliminar esses alimentos pode ser prejudicial, pois eles são importantes fontes de fibras e vitaminas.
Então se o açúcar não causa cancer porque temos que nos preocupar?
Cortar o açúcar da dieta não ajuda a tratar o câncer, e o açúcar não leva diretamente ao câncer. Então, por que devemos desencorajar as pessoas a usarem o açúcar como principal fonte de energia?
Porque de forma indireta o açúcar pode aumentar o risco de câncer. Comer muito açúcar durante muito tempo pode levar ao sobrepeso. Evidências científicas mostram que o sobrepeso ou obesidade aumenta o risco de 13 tipos diferentes de câncer. A obesidade após o tabagismo é a segunda maior causa evitável de câncer.
A mensagem que devemos levar para casa é que banir o açúcar não vai impedir a replicação das células cancerosas. Porém, podemos reduzir o risco de câncer com escolhas saudáveis. Diminuir a quantidade de açúcar na dieta é um fator importante para mantermos um peso saudável durante toda nossa vida.

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Comentários ( 3 )

  • Gilberto Pinheiro

    Carolina, quem escreve é seu paciente, Gilberto Pinheiro, palestrante e escritor sobre a senciência e direitos dos animais. Gostei muito do seu artigo, sendo muito didático, eficiente nas palavras. Meus sinceros parabéns!
    Sugestão: por que você não tenta um espaço em jornal, sendo colunista como eu sou?
    Será de grande utilidade.
    – Pense nisso e me responda, se possível!
    Abraço!
    Gilberto

  • Emerson Santos

    Existe um erro, todos seres vivos tracam polaridade energitica. Os alimentos ricos em calorias vazias não tem quase nada de minerais, vitaminas e enzimas portanto sua polaridade foi invertida se tornando uma substancia toxica para as celulas e tb para a simbiose do microbioma ou seja começa se prolifera cepas patogenico devido o excesso de alimentos. Pode ver na teoria do Campo biologico de Claude Bernard e Antoine Berchamp , infelizmente uma ciencia marginalizada pelo sistema por não permitir patentes. Já foi provado que a simbiose pode ser usada no DNa e no Microbioma bem diferente da teoria do pai da vacina Pasteur que serve sim como tratamento de choque ou doenças agudas não degenerativa cronicas.

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